sexta-feira, 17 de julho de 2009

Com o Rei na Barriga!

Estar grávida é estar em estado de graça.

Claro que infelizmente nem todas verão desta forma, porque nem todas estão preparadas. Mas em essência, é um momento muito especial da vida de qualquer mulher.

Para algumas, o prazer de gerar traz beleza, luz, experiências indescritíveis, outros valores. Mas o que mais aflora são as coisas que não podemos palpar: instinto, sensibilidade, maturidade, amor incondicional, felicidade e sonho.

Só dá pra entender os sentimentos de uma mulher gestando, sendo uma delas. Querer que o mondo pare para sentir a barriga mexer (nada mais justo!); reaprender a fazer tricô ou admirar bebê de revista... Pensar em assuntos que não faziam sentido até agora, abrir mão, começar a levar tudo mais a sério... Coisas que ninguém mais entende. E só a maternidade pode fazer isto por nós.

Sortudos dos profissionais sensíveis que podem reviver estes momentos toda vez que uma cliente engravida!...


Nada pessoal!

O poder de trazer pessoas ao mundo, por muito tempo foi subjugado, mas hoje este poder começa a ser devolvido a quem (quer e) é de direito.

Os pingos voltam para os “is” e a humanidade tem a chance de evoluir.
A grávida é abençoada e mal tem noção do quão importante e gloriosa é.

Na relação mãe-filho está o segredo, principalmente nos primeiros instantes de vida, para a violência e para a “paz mundial”. Este período precisa ser vivido internamente. Há que se gostar de ser mãe. Não há porquê lamentar.

Filhos são muito mais do que meros perpetuadores de espécie e propagadores de genes. Filhos são a maior obra e oportunidade de crescimento de uma vida. E quem não amadurece nem assim, terá um longo caminho a percorrer...

Crianças têm o direito de mamarem em suas mães! Podem dormir onde se sentem mais seguras: com os pais! Devem nascer do esforço de suas mães e aparados por mãos delicadas e calmas. Precisam do conforto de um lar harmonioso, de uma gestação bela e de amor em abundância.

É por isso que os casais jamais deveriam se entristecer com a vinda de um filho. Os pais são os que mais ganham por trazerem ao mundo e cuidarem de seus bebês.

Por muito tempo, esta função social “gerar, parir, cuidar” foi desmerecida, mas não tem que ser assim.

Não tenha medo de mudar o mundo. Por algum lugar a mudança tem que começar. Que tal começar por você?

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Há 7 anos...

Esta noite fará 7 anos que entrei em trabalho de parto para fazer nascer meu bebê, agora já um rapaz de quase 7 anos...

Fico pensando em como esses últimos anos transformaram minha vida. De quantas matrix eu tive que sair para ser feliz. E de quantas mais terei que descobrir para ter a chance de me libertar...

A primeira importante matrix que saí foi a matrix obstétrica. Ao invés de ser levada pelas ondas da “normalidade” e do comodismo, procurei despertar e desejei profundamente vier o nascimento do meu bebê lúcida, integral, segura e romanticamente.
E eu jamais me arrependi.

Alias, acredito seriamente que aquele parto trouxe a este mundo não só meu amado filho, mas também a mulher plena que ansiava nascer em mim.

Aquela noite em que minhas primeiras contrações começaram não acontece com a maioria esmagadora do meu círculo de amigas. Sempre existe um “bom” motivo para marcar a cirurgia e se submeter à tecnologia desnecessariamente. As desculpas não variam muito, mas vão desde o medo da dor (?) ao cordão enrolado enforcando o bebê (imagine os milhões de bebês sendo enforcados pelos próprios cordões umbilicais que os nutriam). Na verdade, a desculpa pouco importa. Para uma grande parte das mulheres, ela vem em boa hora.

O Klauss me fez mãe, foi meu melhor amigo em momentos determinantes para minha vida. Me deu forças e me ensinou a tirar forças até de onde não tinha para nos dar o melhor caminho.

Há 4 anos, éramos só nós dois, todos os dias. Ele aprendendo a ser filho e eu aprendendo a ser mãe. Sozinhos, sem raízes, numa cidade estranha, numa casa enorme, onde parecíamos ainda mais isolados do mundo.

Há 7 anos sou mãe.
A semente plantada no meu ventre, se transformou no meu maior bem e me preparou para ser uma pessoa, uma esposa e uma mãe melhor. Aglaia que o diga!

Quero viver contigo, Kakau, toda uma eternidade. Foi uma honra ter sido escolhida para trazer o “salvador do mundo”. Sou orgulhosa pela pessoa que você está se tornando. E lembre-se sempre: A mamãe sempre estará com você. Dentro do seu coração”, mas não precisa chorar mais de alegria...

Parabéns a nós dois por termos nos saído tão bem nesta missão de conviver, meio a tanto amor...
Você... Tão pequeno e tão grande...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Arrepender?

Às vezes me pergunto onde estaria se minha vida tivesse tomado outro rumo.
Se eu não tivesse me casado, ter permitido vir a vida através do meu corpo há quase 8 anos, depois me reunido com meu grande amor e gerado pela primeira vez uma mulher, quem então eu seria?

Minhas gravidezes não foram exatamente planejadas, mas também não foram evitadas. Eu não imaginava a dimensão, o significado da maternidade e da vida.

Ser mãe me trouxe muito mais do que o sacrifício que estou habituada a ouvir. Eu abri mão sim de muitas coisas, mas em troca recebi bênçãos jamais alcançadas dentro de minha limitada liberdade de outrora.

Não tenho tempo de fazer várias coisas que sonhei, meios para conhecer os lugares que desejei, viver os romances tórridos aos quais me acostumei. Tive que aprender que minha vida poderia ter sido outra sim, mas o universo me provou que melhor, não.

Realmente não vivo o conto de fadas que idealizei. Ao contrário, vivo estável a realidade de uma alma em crescimento, rumo á sabedoria e a perfeição.

Devo isso a três pessoas, mas em especial ao Klauss e a Aglaia que, com a desculpa de serem meus filhos, me ensinaram a ser mulher, a ver de outra forma, a desejar e construir um mundo melhor.

Hoje tenho orgulho de mim. Me sinto feliz com a vida que tenho e o trabalho que tenho a fazer. Eles transformaram aquele projeto de gente em uma ativista de causas realmente relevantes, em uma mulher que vai até o fim, na mãe que eu gostaria de ter.

Eu ensinei muito a eles, mas não chega nem aos pés do que eles ensinaram a mim.
E tudo o que eu posso fazer é me dedicar e ser grata pelo bem, pela felicidade que me trouxeram e em quem me ajudaram a ser.

Me arrepender de ser mãe? Me arrepender de amar tanto assim?
Por que eu faria uma coisa dessas?!