Era uma tarde como outra qualquer em que senti saudade de ser um pouco mais mãe do meu Kakau.
Quando ele nasceu há 7 anos, minha vida mudou completamente. Dormi menina e acordei mulher. Devo muito do que sou aquele menino. E lhe confessei “Você me fez mãe”, abriu um sorriso, olhou-me nos olhos, silenciou e me abraçou.
Este pingo de gente foi o melhor amigo que tive na vida até hoje. Passamos barras pesadas, algumas só nós dois, e suas palavras consolaram e reergueram como ninguém mais poderia.
Quando nasceu, eu escrevi um caderno para ele, falando sobre meus sentimentos, a dor de ter que trabalhar com ele tão novo, o quanto meus seios cheios doíam, o amor que ele trouxe à minha vida. Escrevo muito pouco agora e ainda tenho que dividir com os escritos para sua irmã, mas o caderno dele está bem mais grosso...
Então decidi que o buscaria no colégio para fazer um programa de mãe e filho, só nós dois.
Fizemos compras, corremos na rua, coloquei-o um pouquinho no banco do carona, andamos abraçados, de mãos dadas, e, quando corremos brincando, ele me olhou nos olhos como quem me dizia “Você esta particularmente legal hoje”...
Fomos então ao shopping, comemos a pizza vegetariana que ele tanto ama e em seguida fomos ao parque de lá. Ele escolheu ir naquele brinquedo grande que tem piscina de bolinha, escorregador, pula-pula, etc. Foi o momento mais comovente.
A cada passo que ele dava, seja no escorregador, na piscina de bolinha ou no pula-pula, ele me fitava para ver se eu estava olhando pra ele. E sempre estava. Aquele riso lindo não saía de seu rosto e pensei o quanto orgulho tenho, o quanto de gratidão tenho por ter sido escolhida sua mãe nesta vida. Meus olhos então se encheram de lágrimas felizes.
Ele está crescendo. Sua pele ainda é macia, mas ele está crescendo.
Hoje ele está melhor do que ontem e amanhã estará ainda melhor.
Toda a força que tem cresce junto com seu tamanho. E a sensibilidade, e a inteligência e a disposição também.