terça-feira, 22 de junho de 2010

Timidez

Ter filhos e viver a vida de novo, só que olhando de fora.
No dia a dia, nunca fui tímida, mas em situações estressantes, me lembro de me recolher, as vezes chorar e ainda é assim.

Tenho uma foto do dia da minha primeira quadrilha onde apareço tomando um copo de refrigerante e chorando porque amarelei.
A foto demonstra toda minha agonia e decepção por não ter conseguido fazer o que tanto havia treinado para fazer.
Umas vezes consegui, outras vezes não.

Minha caçula não é nada tímida, a não ser em momentos de stress como eu. Não sei se realmente é timidez, mas até ter intimidade com o local ou com a situação, ela se recolhe.

Mas a demonstração mais clara da genética veio há dois dias através do meu clonezinho primogênito, em sua primeira quadrilha.

Quinze dias antes, ele começou o ensaio e não queria de jeito nenhum dançar. A menina, apesar de eu achar uma excelente nora, não lhe agradava e ele tinha vergonha demais. Eu e meu marido conversamos muito com ele. Explicamos que era um momento gostoso da vida que ele deixaria de viver se não participasse. Falamos do que sentíamos na idade dele e o apoiamos. Pedimos que ele desse uma chance, ele deu.

Mas na hora de dançar o menino, que estava lindo diga-se de passagem, travou. Não sorria, não se movimentava normalmente, não nos escutava, parecia estar em choque. Mesmo assim dançou com sua parceira desinibida e sorridente.

Quando terminou, por causa da copa, posaram para foto com uma bandeira do Brasil. E advinha onde estava o meu filhão em todas as fotos: atrás da bandeira! Claro! Eu tirei algumas fotos esperando que estivesse enxergando mal, mas tudo que dá pra ver dele são quatro dedinhos.

Não posso deixar de dizer que fiquei orgulhosa, que ele superou meu comportamento na mesma idade e que nossa conversa foi determinante para que ele conseguisse.

E é assim de desafio em desafio, que aprendemos a ser pais e a conquistar as pequenas vitórias que nos transformarão em grandes homens.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O Kakau e o Bon Jovi

Toda vida gostei muito de rock. Na adolescência, aprendi inglês para entender o que diziam as canções.
E cada verso traduzido, me alegrava o coração de menina triste

Meu grupo favorito era o Guns N´Roses. Tinha certeza de que me casaria com Axl Rose aos 18 anos e a estas alturas estaríamos em LA vivendo de amor!

O tempo passou e algumas coisas ficaram. Ainda me arrepio com muitas musicas porque uma parte mais relevante da minha essência permaneceu: a paixão.

Eu gostava do Bon Jovi principalmente porque um amigo, o melhor amigo do mundo, era apaixonado. Hoje vejo que realmente Jon Bon Jovi é milhões de vezes melhor, em todos os sentidos, do que o Axl Rose.
Porque foi ele que ficou.

Nem percebia o quanto escutava Bon Jovi quando comecei a pegar o Kakau cantarolando Bed of Roses, uma de minhas favoritas. Fiquei muito feliz, porque pude perceber o quanto passo ao meu filho querido as minhas coisas e o quanto posso influenciá-lo positivamente em sua estrada.

Tentei dar-lhe desde o parto, o melhor de mim. Mesmo que não fosse o caminho mais fácil. No fundo, eu comecei a me preparar para a maternidade ainda muito menina.

Gosto de rock porque rock é intensidade, é vida, é sedutor, é apaixonante.

Tenho orgulho do Kakau ser tão avesso a tudo de errado como eu e de saber que não é só externamente que ele tem tanto de mim. Meu maior legado é a paixão. E não apenas pela musica... Mas também pelos ideais, pelo comportamento, pelo jeito de ver e viver a vida.

Me comove enxergar cada dia mais e mais coisas em comum.

Ter filhos é viver de novo. Mas desta vez como coadjuvante. Desta vez, podendo consertar o destino e dignificar a vida da pessoa que mais amamos no mundo.

Nunca esquecerei que este rapazinho foi a primeira pessoa que me ensinou, de verdade, a ser alguém melhor a cada dia. E que sempre posso ser mais.

Meu totoquinho... Escutando Bom Jovi...
Que orgulho!