Conservadorismos aparte, a maternidade pode ser a felicidade no paraíso, a luz no fim do túnel, ao invés de sofrimento.
As mães talvez sempre tenham suas tristezas. Independente de darem seu melhor. Umas por trabalharem fora, outras por se dedicarem exclusivamente à maternidade e há ainda aquelas que acreditam que a maternidade freou suas vidas e lhes trouxe um destino cheio de limitações, privações e gastos.
É fácil compreender este conceito capitalista, principalmente durante a adolescência espiritual feminina.
O fato é que não precisamos deixar de viver para ter filhos e nem deixar os filhos para viver.
Partos longos, sofridos, amamentações dilacerantes, gravidezes doentias, casamentos conturbados podem ser legais de se contar, infelizmente. Assuntos ruins sugam atenção, ao passo que boas noticias são desvalorizadas.
Quando uma mãe tem seu parto sossegada, amamenta sem dor, é feliz profissionalmente e no casamento, pode até atrair inveja, mas prender atenção com esses assuntos jamais.
E isso é contraditório, porque se desejamos ser felizes, deveríamos copiar ou reinventar o modelo de felicidade, não se deixar atrair pelas coisas ruins da vida dos outros.
Isso também vale para a educação das crianças. Parece que mãe boa é aquela que sofre. Sofre por tudo, até pelo que não aconteceu. Que se antecipa ao perigo remoto, que segue os preconceitos da imperfeição da saúde da criança, que se excede em tecnologia sem prever as conseqüências, que se apóia no termômetro social para saber o que é certo e errado e que reproduz comportamentos irresponsáveis como bater no filho.
“Dói mais em mim do que em você...”
MENTIRA.
Ser mãe pode até ter sido um dia “padecer no paraíso”, mas pode também ser a felicidade mais inesperada e profunda que podemos ter. Pode ser “Se divertir no paraíso” ou “Morar permanentemente no paraíso”.
Depende do que estamos dispostos a ser.
No percurso, problemas podem acontecer. Nem todos os dias serão cor de rosa. Às vezes, a disciplina vai ser necessária e dizer não, é inevitável. Mas tudo depende de como colocamos em prática nossas teorias. Dizer “não” acompanhando de um porquê, deixar viver sem sufocar, deixar errar se esta for a única maneira de aprendizado.
Para quem opta por este caminho, a maternidade pelo menos trará um baita amadurecimento, uma vontade de viver, de lutar de ser uma pessoa melhor. Mas em alguns casos, ela trará ainda mais: felicidade plena, amor ao mundo, respeito a todas as coisas e o trabalho pelo mundo perfeito.
Klauss e Aglaia, vocês são os meus guias, meus parceiros num trabalho difícil e longo no caminho para o paraíso. Mas sem padecimento.