sábado, 5 de dezembro de 2009

Uma Boa Hora

Resolvi colocar aqui um texto que escrevi há 2 anos, dias antes da aglaia Nascer. e agora que está prestes a fazer 2 aninhos, resolvi colocá-lo aqui pra compartilhar com vocês.

Enfim...
Consegui chegar quase ao final da minha esperada e amada gravidez sem doenças, sem saber o sexo, com 3 Ultrassons, trabalhando e sem muita encheção de saco.

Me sinto tão bem, saudável, disposta, desencucada, livre...
Nem posso dizer que estou confiante, poque parece que a confiança é algo que necessitaria um esforço e minha segurança é espontânea e natural.

Tudo está dando certo.
Meu bebe mexe muito, me da sinais, só falta falar.
Já cismei de arrumar toda a casa, deixar meu ninho pronto. Resolvi aproveitar meus últimos momentos sem poder vê-lo (a).
Decidi namorar o Sandro e o Kakau nesses últimos dias.

Minha primeira gravidez me deu um Parto domiciliar muito importante para a minha historia... Eu diria decisivo e definitivo.
Mas desta vez estou aproveitando tudo... Sem edema, se pressão, sem cansaço... E ainda por cima, feliz.
Na verdade, até gostaria que este bebe aproveitasse toda sua estada em meu ventre. Está muito gostoso ter este serzinho aqui dentro que me escolheu como mãe.

Minha hora esta chegando. Mas ela é tão boa que me faz querer ter outra ótima
hora em breve.
Não liguem muito pro meu devaneio...
Tudo está perfeito.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Crianças Enoooooormes!

Há algum tempo, em algum lugar no espaço, dizia-se que crianças bonitas eram as gordinhas, bochechudas, “criadas a Toddy”. Apesar disso ter deixado de ser exigido a qualquer preço – leite de vaca por exemplo – como antigamente, ainda esperamos que nossos filhos tenham pelo menos um pouco de gordura a mais – como reserva – pro caso de adoecer e emagrecer....

Pensamento pessimista “já que tem que adoecer...” Ops

Mas o que está na última moda mesmo é ser grande, alto, superlativo. Que orgulho é um filho ser o maior da turma!

É claro que as crianças de hoje são maiores do que as de ontem. Também, nunca se comeu tanto hormônio!

“Os fracos usam a força, os fortes, as idéias”.

Alguns pais vão mais longe e orgulham-se até mesmo da agressividade dos filhos. “Aqui, bateu, levou. Meu filho não é otário, não é saco de pancada. Se bater, vai apanhar e se apanhar na rua, apanha de novo em casa pra aprender a se defender”. Grandes lições ensinadas pelos próprios pais...

Insistimos em crer que a personalidade dos filhos é praticamente fruto do acaso ou dética. Jamais produto da negligência e dos inofensivos desenhos matutinos. Os Bem 10 tem mais influência sobre as crianças do que os próprios pais.

Parece que as crianças serão o que a sorte desejar, serão como tiverem que ser e, dar boa comida, escola, brinquedos e uma excelente babá, é tudo que podemos fazer por eles.

O que alimenta o menino não é comida, é carinho. E aí tanto faz ser o maior ou o menor da turma desde que possua a maior saúde e o maior amor.

Podemos sim interferir na construção da personalidade de nossos rebentos. Aliás, devemos influenciar, dentro do possível, positivamente, dando exemplo, nos desculpando, sendo sinceros, instrumentalizando, amparando e incentivando.

Crianças só ligam demasiadamente para brinquedos, quando falta-lhes algo dentro de casa e dentro de si.

Ser baixinho, ser mognonzinho nem qualquer característica física deveriam ser encarados como pejorativo ou com deboche. Esta é o pior detalhe da infância.

O respeito deveria ser natural e intrínseco. Deveria vir de berço. Em detrimento disso, o que vem de berço desafortunadamente são os piores defeitos.

A avaliação de uma criança deveria ser pela saúde, alegria e sabedoria; não pelo dinheiro, status e tamanho.

Pais, tenham orgulho das qualidades internas de seus filhos. Tudo que está fora de nós é passageiro, morre. Mas o que é construído com boa vontade e carinho, é bom, cresce, se alastra e faz feliz tudo ao redor.

sábado, 28 de novembro de 2009

Meu kakau

Era uma tarde como outra qualquer em que senti saudade de ser um pouco mais mãe do meu Kakau.

Quando ele nasceu há 7 anos, minha vida mudou completamente. Dormi menina e acordei mulher. Devo muito do que sou aquele menino. E lhe confessei “Você me fez mãe”, abriu um sorriso, olhou-me nos olhos, silenciou e me abraçou.

Este pingo de gente foi o melhor amigo que tive na vida até hoje. Passamos barras pesadas, algumas só nós dois, e suas palavras consolaram e reergueram como ninguém mais poderia.

Quando nasceu, eu escrevi um caderno para ele, falando sobre meus sentimentos, a dor de ter que trabalhar com ele tão novo, o quanto meus seios cheios doíam, o amor que ele trouxe à minha vida. Escrevo muito pouco agora e ainda tenho que dividir com os escritos para sua irmã, mas o caderno dele está bem mais grosso...

Então decidi que o buscaria no colégio para fazer um programa de mãe e filho, só nós dois.

Fizemos compras, corremos na rua, coloquei-o um pouquinho no banco do carona, andamos abraçados, de mãos dadas, e, quando corremos brincando, ele me olhou nos olhos como quem me dizia “Você esta particularmente legal hoje”...

Fomos então ao shopping, comemos a pizza vegetariana que ele tanto ama e em seguida fomos ao parque de lá. Ele escolheu ir naquele brinquedo grande que tem piscina de bolinha, escorregador, pula-pula, etc. Foi o momento mais comovente.

A cada passo que ele dava, seja no escorregador, na piscina de bolinha ou no pula-pula, ele me fitava para ver se eu estava olhando pra ele. E sempre estava. Aquele riso lindo não saía de seu rosto e pensei o quanto orgulho tenho, o quanto de gratidão tenho por ter sido escolhida sua mãe nesta vida. Meus olhos então se encheram de lágrimas felizes.

Ele está crescendo. Sua pele ainda é macia, mas ele está crescendo.

Hoje ele está melhor do que ontem e amanhã estará ainda melhor.

Toda a força que tem cresce junto com seu tamanho. E a sensibilidade, e a inteligência e a disposição também.

É uma dádiva ter filhos, mas é uma honra ser a mãe do Kakau.

domingo, 15 de novembro de 2009

Filhos Vegetarianos

*

Um fardo que acompanha todos os pais vegetarianos é se "deixamos" os filhos comerem carne.

É difícil demais reduzir esta postura de vida a uma questão tão reducionista assim, mas vamos tentar.

Onde esperamos que pais da assembléia de Deus levem seus filhos para aprender sobre a vida: em sua igreja evangélica ou num terreiro de macumba?

Nós inevitavelmente passamos nossos valores aos filhos. Não existe esta questão de deixar ou não deixar. O que existe é o respeito. Respeito à opinião deles, respeito à natureza, respeito à vida.

Não existe esta coisa de imposição. Imposição é o que fazem com os animais que definitivamente têm apego a vida e não querem viver e morrer parar virar comida de humano.

Os princípios também são herdados. As vezes na mesma intensidade.

Dentro desta lógica, não faz sentido ter pedaços de animais no congelador. Por mais que pareça natural para todo o resto, para nos, jamais será.

Não há como falar sobre este assunto sem mencionar que vegetarianismo é somente a ponta do iceberg. É, pra início de conversa, deixar se comer animais é uma conseqüência da prática de um conhecimento aprofundado, de uma consciência ampliada e de uma ética que se estende a todos os seres, não se limita aos da mesma espécie.

Esta perspectiva não acompanha necessariamente todos os vegetarianos obviamente. Mas todos os vegetarianos acabam por praticar o respeito animal por não usar animais na alimentação.

Digo isto pois existem pessoas que se tornam vegetarianas apenas por crer que seja melhor para sua própria saúde, não necessariamente por ética ou ecologia.

Ninguém pode obrigar ninguém a respeitar os animais. Nem mesmo os filhos. Mas é óbvio que as crianças veêm, escutam, se interessam e se envolvem com nossos valores. Principalmente quando nossos valores são realmente causas relevantes e ideais de vida, como é o caso de muitos militantes pelos direitos animais.

A questão é que para se defender e não fazer o que todos sentem ser o correto, grande parte da população ridiculariza nossa compaixão pelo próximo, quando o próximo não é bípede.

Compreendemos esta primeira reação em admitir o óbvio, afinal, também já comemos carne, sabemos como é o outro lado. O problema é quando usam o que temos de mais bonito, o amor, para nos diminuir e desvalorizar. Aí realmente fica complicado compreender.

Vegetarianos, religiosos, cientistas, professores, todos nos criamos e educamos nossos filhos de acordo com nossos princípios. Não seria justo pedir que qualquer pessoa eduque seus filhos baseados simplesmente numa cultura conveniente.

O fato de todos fazerem errado, não nos autoriza a fazer o mesmo. Não é porque todo mundo come carne e considera isto aceitável, que este hábito deixará de ser cruel e que desensinaremos nossos filhos sobre o amor incondicional que vive em nós.

E na verdade, não é somente o vegetarianismo que defendemos, mas o abandono de todos os vícios, a promoção da ecologia e uso sustentável dos recursos do planeta, respeito ao natural e o não uso de produtos químicos ou que contenham químicas, é toda uma percepção e uma prática que, em nosso caso, nasceu com o vegetarianismo.

Inevitavelmente, as crianças estão fadadas a enfrentar as mesmas críticas e a lutarem pelos mesmos princípios. Talvez exatamente por este motivo, tenham vindo através de nós.

Aqui em casa, todos são respeitados, são escutados, são importantes, principalmente nossos filhos.

Fazer isto é muito mais fácil do que parece.

Mas quase ninguém quer ver e menos ainda está disposto a tentar.

É uma luta solitária.

Mas ninguém disse que seria fácil.

*Mãozinha da Gaia, atacando o prato sempre vegetariano do Kakau.

domingo, 25 de outubro de 2009

Carregar Filho Pra todo Lado

Excluindo meu trabalho, carrego meus filhos pra quase todo lugar que vou.

Resolvi falar sobre isso, pois hoje em dia este hábito é cada vez pior visto por quase todo mundo. Como se estivesse exagerando ou, pasmem, provocando uma relação de dependência....

As crianças são colocadas na escola antes dos dois anos de idade. Ou seja, em sua fase de filhotes, elas passam a ter que se relacionar diariamente com cuidadores pagos para a função e com outras crianças, se sentindo inseguras e tendo que aprender a se defender e compreender um mundo tão ilógico...

Há mães de todo tipo. A maior parte faz tudo que pode ou que sabe por seus filhos. Tudo que pode ou que sabe não significa que seja o melhor para as crianças. Mas há também mães que não são tão envolvidas com sua cria. O filho pode ter sido um acidente ou ate uma tentativa de prender o marido, sabemos disso, porém a partir do momento em que são concebidas, deveriam ter todo carinho e respeito que qualquer ser humano merece ter. Porque é uma honra ser mãe...

Não sou melhor que outras mães por carregar meus filhotes pra cima e pra baixo. Faço apenas o que é racional, certo e que meu coração pede.

Quanto as oportunidades... Sim, já perdi algumas e perderei outras para não deixá-los para trás. Mas tudo na vida é assim: deixamos de fazer algumas coisas para fazer outras. Nossa natureza humana adora sentir saudades do que não aconteceu, mas o que aconteceu é sempre mais importante do que o que planejamos acontecer.

Minha maternagem não é perfeita. Mas faço e vou continuar fazendo tudo o que for possível para que meus filhos cresçam amando um ao outro e ambos ao mundo.

Eles foram confiados a mim para uma missão bem diferente e essencial para o planeta. Não há como passar-lhes meus ideais, sentimentos e informações se não for aproveitando todo meu tempo livre com eles...

Ser mãe não é fácil. Mas foi o caminho que escolhi consciente e inconscientemente. Estar com eles não é um favor, é um prazer. E sinceramente, aprendo muito mais do que ensino!

Nossa proximidade nos use ao passo em que nos liberta.

Vou sempre carregar vocês dois comigo... Até que vocês possam caminhar por si mesmo, meus amores...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Quarto do Bebê

O blog pessoal anuncia a gravidez. O extra, a primeira foto da barriga. O vídeo show acompanha a primeira compra para o enxoval. Domingo no Faustão, a nova mamãe chora no arquivo confidencial. No “Estrelas”, ela mostra o quarto do bebê. O babado publica que a famosa mamãe aguarda até o último momento o parto normal. E logo está em todos os jornais que o médico teve que fazer uma cesárea de emergência porque o cordão estava enrolado no pescoço ou porque estava passando da hora ou qualquer coisa assim.

Será que estes profissionais acham mesmo que todos engoliram este cordão?

Não podemos julgar as pessoas porque só elas sabem pelo que passaram. Não é justo julgá-las, mas é um exercício de reflexão e amadurecimento esmiuçar os fatos. E até ser objetivo concluindo “Isso não serve para mim”.

Muitas grávidas vêem o parto como algo muito distante, quase não pensam sobre o assunto durante a gravidez, senão lá pelas 32 semanas. E aí não leu o suficiente, não tem coragem de mudar de médico nesta altura do campeonato, não tem apoio familiar se quiser fazer diferente, além de toda responsabilização pela vida do bebê se seus planos para o parto “falharem”.

Ok, Dá para compreender achar que parto normal é fácil e qualquer médico irá “fazer”.

Mas então por que se pensar tão cedo, por exemplo, na decoração do quanto do bebê? Por quê pelo menos uma vez tem um casal grávido na Caras apresentando o quarto de seu bebê, sem uma frase sequer sobre a maneira como estas crianças serão recebidas nesse mundo, alimentadas, educadas, amadas...

Há também quem diga que não tem dinheiro para o parto quando gasta uns milhares de reais com decorador, mobília, enfeites. Mais tarde será com a “enfermeira” que dormirá no quartinho do bebê que afinal precisa ter independência....

Que uma coisa fique bem clara: o bebê não está nem aí para a cor do quarto. O bebê não se importa com os bichinhos. O bebê não necessita de berço e sequer de quarto. O bebê precisa de um nascimento digno, precisa de afago, de calor, de peito, de dedicação, de entrega. A babá não fará melhor do que a mãe, o médico não fará o parto melhor do que a mãe, e ninguém, por mais insegura que esta seja, terá mais carinho e importância para o bebê do que a mãe que Deus lhe deu.

Então nos preocupemos com o profundo e deixemos de lado o superficial.
Isto não é uma opinião pessoal. É só parar para refletir. Seu filho não liga para mais nada, além de você.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Com o Rei na Barriga!

Estar grávida é estar em estado de graça.

Claro que infelizmente nem todas verão desta forma, porque nem todas estão preparadas. Mas em essência, é um momento muito especial da vida de qualquer mulher.

Para algumas, o prazer de gerar traz beleza, luz, experiências indescritíveis, outros valores. Mas o que mais aflora são as coisas que não podemos palpar: instinto, sensibilidade, maturidade, amor incondicional, felicidade e sonho.

Só dá pra entender os sentimentos de uma mulher gestando, sendo uma delas. Querer que o mondo pare para sentir a barriga mexer (nada mais justo!); reaprender a fazer tricô ou admirar bebê de revista... Pensar em assuntos que não faziam sentido até agora, abrir mão, começar a levar tudo mais a sério... Coisas que ninguém mais entende. E só a maternidade pode fazer isto por nós.

Sortudos dos profissionais sensíveis que podem reviver estes momentos toda vez que uma cliente engravida!...


Nada pessoal!

O poder de trazer pessoas ao mundo, por muito tempo foi subjugado, mas hoje este poder começa a ser devolvido a quem (quer e) é de direito.

Os pingos voltam para os “is” e a humanidade tem a chance de evoluir.
A grávida é abençoada e mal tem noção do quão importante e gloriosa é.

Na relação mãe-filho está o segredo, principalmente nos primeiros instantes de vida, para a violência e para a “paz mundial”. Este período precisa ser vivido internamente. Há que se gostar de ser mãe. Não há porquê lamentar.

Filhos são muito mais do que meros perpetuadores de espécie e propagadores de genes. Filhos são a maior obra e oportunidade de crescimento de uma vida. E quem não amadurece nem assim, terá um longo caminho a percorrer...

Crianças têm o direito de mamarem em suas mães! Podem dormir onde se sentem mais seguras: com os pais! Devem nascer do esforço de suas mães e aparados por mãos delicadas e calmas. Precisam do conforto de um lar harmonioso, de uma gestação bela e de amor em abundância.

É por isso que os casais jamais deveriam se entristecer com a vinda de um filho. Os pais são os que mais ganham por trazerem ao mundo e cuidarem de seus bebês.

Por muito tempo, esta função social “gerar, parir, cuidar” foi desmerecida, mas não tem que ser assim.

Não tenha medo de mudar o mundo. Por algum lugar a mudança tem que começar. Que tal começar por você?

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Há 7 anos...

Esta noite fará 7 anos que entrei em trabalho de parto para fazer nascer meu bebê, agora já um rapaz de quase 7 anos...

Fico pensando em como esses últimos anos transformaram minha vida. De quantas matrix eu tive que sair para ser feliz. E de quantas mais terei que descobrir para ter a chance de me libertar...

A primeira importante matrix que saí foi a matrix obstétrica. Ao invés de ser levada pelas ondas da “normalidade” e do comodismo, procurei despertar e desejei profundamente vier o nascimento do meu bebê lúcida, integral, segura e romanticamente.
E eu jamais me arrependi.

Alias, acredito seriamente que aquele parto trouxe a este mundo não só meu amado filho, mas também a mulher plena que ansiava nascer em mim.

Aquela noite em que minhas primeiras contrações começaram não acontece com a maioria esmagadora do meu círculo de amigas. Sempre existe um “bom” motivo para marcar a cirurgia e se submeter à tecnologia desnecessariamente. As desculpas não variam muito, mas vão desde o medo da dor (?) ao cordão enrolado enforcando o bebê (imagine os milhões de bebês sendo enforcados pelos próprios cordões umbilicais que os nutriam). Na verdade, a desculpa pouco importa. Para uma grande parte das mulheres, ela vem em boa hora.

O Klauss me fez mãe, foi meu melhor amigo em momentos determinantes para minha vida. Me deu forças e me ensinou a tirar forças até de onde não tinha para nos dar o melhor caminho.

Há 4 anos, éramos só nós dois, todos os dias. Ele aprendendo a ser filho e eu aprendendo a ser mãe. Sozinhos, sem raízes, numa cidade estranha, numa casa enorme, onde parecíamos ainda mais isolados do mundo.

Há 7 anos sou mãe.
A semente plantada no meu ventre, se transformou no meu maior bem e me preparou para ser uma pessoa, uma esposa e uma mãe melhor. Aglaia que o diga!

Quero viver contigo, Kakau, toda uma eternidade. Foi uma honra ter sido escolhida para trazer o “salvador do mundo”. Sou orgulhosa pela pessoa que você está se tornando. E lembre-se sempre: A mamãe sempre estará com você. Dentro do seu coração”, mas não precisa chorar mais de alegria...

Parabéns a nós dois por termos nos saído tão bem nesta missão de conviver, meio a tanto amor...
Você... Tão pequeno e tão grande...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Arrepender?

Às vezes me pergunto onde estaria se minha vida tivesse tomado outro rumo.
Se eu não tivesse me casado, ter permitido vir a vida através do meu corpo há quase 8 anos, depois me reunido com meu grande amor e gerado pela primeira vez uma mulher, quem então eu seria?

Minhas gravidezes não foram exatamente planejadas, mas também não foram evitadas. Eu não imaginava a dimensão, o significado da maternidade e da vida.

Ser mãe me trouxe muito mais do que o sacrifício que estou habituada a ouvir. Eu abri mão sim de muitas coisas, mas em troca recebi bênçãos jamais alcançadas dentro de minha limitada liberdade de outrora.

Não tenho tempo de fazer várias coisas que sonhei, meios para conhecer os lugares que desejei, viver os romances tórridos aos quais me acostumei. Tive que aprender que minha vida poderia ter sido outra sim, mas o universo me provou que melhor, não.

Realmente não vivo o conto de fadas que idealizei. Ao contrário, vivo estável a realidade de uma alma em crescimento, rumo á sabedoria e a perfeição.

Devo isso a três pessoas, mas em especial ao Klauss e a Aglaia que, com a desculpa de serem meus filhos, me ensinaram a ser mulher, a ver de outra forma, a desejar e construir um mundo melhor.

Hoje tenho orgulho de mim. Me sinto feliz com a vida que tenho e o trabalho que tenho a fazer. Eles transformaram aquele projeto de gente em uma ativista de causas realmente relevantes, em uma mulher que vai até o fim, na mãe que eu gostaria de ter.

Eu ensinei muito a eles, mas não chega nem aos pés do que eles ensinaram a mim.
E tudo o que eu posso fazer é me dedicar e ser grata pelo bem, pela felicidade que me trouxeram e em quem me ajudaram a ser.

Me arrepender de ser mãe? Me arrepender de amar tanto assim?
Por que eu faria uma coisa dessas?!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Ciúme Entre Irmãos

Desde o belo dia em que os pais se descobrem grávidos pela segunda vez, estes se preocupam com os sentimentos do primogênito com a chegada da primeira pessoa igualmente amada pelos pais. O reinado deixa de ser absoluto para ser compartilhado.

Por este motivo (não magoar o mais velho), muitos pais preferem até ter apenas um filho e dar-lhe de tudo, sem jamais aprender a dividir e muitas vezes sem jamais escutar um “não”.

Ter irmãos é uma tarefa difícil e essencial. Pede-se muito materialmente, mas o ganho moral e espiritual é imensurável.
Fala-se tanto em ciúme que o ciúme acaba acontecendo.

Educo meus filhos, amo, trato como iguais dentro de suas diferenças. Ensino-lhes incansavelmente a se amarem e a se respeitarem. Jamais toquei na palavra ciúme. Eles não conhecerão o ciúme se não lhes apresentarmos.

Mesmo quando avós e amigos perguntarem sobre o assunto, não devemos aceitar esta hipótese. Acredito que o ciúme aconteça principalmente de tanto que falam. É quase uma cobrança. Mas percebi que isto não é natural. São as pessoas que criam. E criam porque foi assim com elas... E com os pais delas.
Não podemos continuar a reproduzir esta falha já tradicional em nossas vidas. É preciso para este ciclo.

Acredito que o segredo seja amar, apoiar, unir... Ter uma família sadia e próspera.
Não vai faltar nada. Nem luxo nem carinho. Venham quantos espiritinhos o universo mandar.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Crescendo.

Algumas etapas da vida são deliciosamente irônicas...
Tenho um casal de filhos. O primogênito com quase 7 anos e a caçula com pouco mais de 1 ano. Um aprendendo a ler, outro aprendendo a falar. E ambos aprendendo muito mais do que eu sobre a vida.

Seus dois discos rígidos cerebrais quase vazios sugam as informações a vácuo.

Apesar disso ser miraculoso, existem controvérsias...
Adultos criticam por criticar até o que é claro e certo. Suas mentes tagarelas precisam julgar e julgar. Mas eles não tem tempo para culpar ninguém, estão ocupado demais... aprendendo lindamente.

Ter filhos é como crescer de novo e poder ver isso de fora. Poder ver os erros, acertos... É poder aconselhar seu passado. Ter filhos é como uma segunda chance de ser criança mais uma vez.

As pessoas não entendem porquê eu quero ter muitos filhos. Num mundo egoísta, onde eu e os meus é tudo o que vale, minhas ideologias maternais não fazem o menor sentido. Como comprar as botas de couro da moda, tendo que pagar 3 escolas, ter o corolla do ano e ter o melhor plano de saúde ao mesmo tempo? E o pior.... Dizem que os filhos atrapalham a individualidade. Eu não me sinto menos eu por causa deles. Ao contrário. Me sinto muito mais eu. Parece que finalmente descobri quem sou depois que me tornei mãe.

Ser mãe, pra mim, não foi a realização de um sonho mal sonhado. Eu sequer sonhava com isso. Mas quando aconteceu foi tudo tão mágico... e descobri que nasci pra isso.

Eu quero ter trabalho com filho sim. Gosto de abrir mão por eles e até se em algum momento isso encher saco, eu vou ter a certeza de que, com eles, tudo é melhor.

Sou muito grata pela vida que tenho, mas o maior presente que tive, foi ter uma família, uma vida, tão perfeita.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

O Pior Pesadelo

O pior pesadelo que pode acontecer a uma mãe é a morte de um filho.
Mesmo compreendendo que a morte é só um “até breve” numa eternidade de reencontros, ver aquela cria a quem tanto cuidado era dado, a quem tanto amor era doado, desobedecendo a biologia, não tem como ser fácil.

Amar os filhos não é difícil. Até mesmo a dependência que eles têm de nós contribui para o aumento do convívio e naturalmente do amor, além dos hormônios e do instinto, já tão massacrados por nossa sociedade.

Acho lindo uma mãe poder largar tudo e cuidar dos filhos. Acredito que seja a maior prova de amor que possa ser dada e eu mesma queria ter o mínimo de condições de dar. E numa eventual perda, temos o conforto de termos passado com aquela pessoinha amada o maior tempo possível.
Mas nenhuma mãe é preparada para “perder”.

Quando eu engravidava, pedia ao universo que se fosse para me tirar um filho, que o fizesse durante a gestação. Sei que essa consciência transcendental sabe mais sobre o que preciso do que eu mesma, mas eu precisava pedir.

Tudo o que uma mãe faz pelo filho é compreensível, ainda que ilegal ou imoral. Nem sempre é justo, mas é sempre compreensível.

Acredito que num mundo onde não exista família, mas todos sejam irmãos, tais perdas seriam melhor aceitas. Numa sociedade amadurecida o suficiente para ser fraternal, não existe “meu” nem “seu”, mas nosso.
Amar é diferente de se apegar.
Tudo ao que nos apegamos, perdemos bruscamente.
Amar é compartilhar, é abrir mão, é deixar viver.
Senão é apego e apego é doença. Envelhece, prejudica, sufoca, maltrata. Impede o que é bom de se manifestar.

A melhor coisa que se pode fazer por um filho é dar apoio, dedicação e liberdade.
E para não sofrer por qualquer besteira, os pais devem estar seguros de que estão fazendo o melhor por eles.

Ter amamentado e parido meus filhos foram acontecimentos que me trouxeram muita segurança como mãe e mulher. Daí meu ativismo. Acredito que um mundo melhor é feito de crianças bem recebidas, alimentadas e confiantes, não simplesmente sobreviventes de cesáreas e partos traumáticos aleitados por leites em pó de outros animais. Sem entrar nos méritos dos porquês...

Hoje o que faço é me doar. Chego cansada, mas o tempinho para amá-los é sagrado.

Quando não se expressam por palavras, mostram seu carinho e gratidão através de seus abraços e olhares. Quando já falam, fazem as declarações mais românticas que já se ouviu. Palavras simples, limitadas e com um graaaande e verdadeiro sentimento.
Por essas e outras não estamos preparados ver um filho partir.
Para qualquer pessoa e criatura deste mundo, temos que dar nosso melhor. Viver intensamente, aproveitar ao máximo sua presença.

Todos os dias, encontramos pessoas e fazemos coisas pela última vez. Nada jamais se repete.
Vindo de um filho, todos os sentimentos são mais profundos, mas tudo tem um tempo. Nós somos provisórios e insubstituíveis. O segredo é valorizar os momentos, amar com entrega, trabalhar junto e viver.

E acima de tudo compreender que não existe pesadelo, não existe morte, existe tempo...

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Educar cidadãos

Desde que engravidei pela primeira vez em 2001, tenho refletido mais sobre tudo.
Eu tinha algumas opções a fazer quando me tornei mãe: fazer como a maioria, criar, alimentar e mimar filhos ou disciplinar, de uma forma bem além do usual.

Eu poderia não criticar tanto a TV aberta e tentar acreditar que qualquer desenho é coisa de criança". Ou poderia fartá-los de sacaroses inocentadas por nomes lights "balinhas", "docinhos de crianças, ignorando as doenças que este vício traz. Poderia também batizá-los, mesmo não sendo católica para agradar a família, afinal, mal nenhum faria... Por que não multilar a orelha de minha filha para colocar os brincos que a sociedade inventou? Talvez eu até devesse protegê-los de seus próprios erros, deixando pra lá quando machucassem outras pessoas. Eu e meu marido poderíamos fazer como a maioria dos pais e esperar para ver que adulto eles se transformariam, sem fazer qualquer intervenção positiva sobre isso.

Mas prefiro não ter surpresa e saber que fiz o meu melhor para ter filhos adultos carinhosos e integros.


Se fizéssemos assim, seríamos melhor aceitos, não provocaríamos nenhum acomodado, evitaríamos comentários e até mesmo evitaríamos nossos fans. rs

Mas eu topei o desafio de gerar e educar cidadãos.
Não posso simplesmente relaxar e esquecer os compromissos que assumimos ao vir a este planeta.
Esta não é hora do recreio.

Não educo espertalhões que se dão bem nas costas de outros.
Não crio pessoas para usarem o sexo sem o devido respeito.
Não posso aceitar que concebi e pari pessoas comuns sem a disposição que nosso trabalho exige.
Eles não vão aceitar as coisas como elas são.

Tenho a certeza de que eles são amigos muito queridos que me dão a oportunidade diária de amar... e aprender todas as coisas que o amor incondicional traz...
Sei que vieram para mim para que tivessem uma base diferente e especial para um dia poderem andar sóbrios por suas próprias pernas.

Nosso lar é um ambiente de muito amor, amizade, confiança e aprendizado. Mas é antes de tudo a reunião de almas afins que têm e usarão a oportunidade de trabalharem para construirem um mundo melhor.

Dá um trabalho danado. Há solidão, há imcompreensão, há pressão e há ridicularização.
Mas juntos, temos o apoio para continuarmos firmes nos prpósitos e perseverar. Somos as mãos estendidas uns dos outros nesta vida.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Cheiro de filho

Cheiro de filho exerce um efeito entorpecedor em nós, mães.

Quando nascem, tem um cheinho de parto, de útero... depois tem cheiro de bebê, mais tarde de criança e depois de moleque... Não sei qual o cheiro que virá agora.

Confesso que já cansei de cheirar a boquinha dos meus bebês.
Sinto saudade de cada fase. e cada uma delas tem seu próprio encanto, sua marca, seu perfume.

Ah o cheiro de suor, de amor, de leite materno azedinho... Só que já maternou muito compreende o que estou dizendo. E maternar vai muito além de ser mãe.

Não sei como vou ser quando meus filhos forem adultos. Acho estranho ser mãe de gente que já sabe se virar, com outras prioridades, independentes. Claro que vou aprender a lidar com isso, conforme for acontecendo, espero...

Terei fotos para matar a saudade, terei as lembranças, as sensações e, tenho certeza, o amor deles para compreender que o tempo passou.

Mas o que me preocupa é o cheiro...
Não dá pra guardar o cheiro num vidrinho...
Não dá pra fotografá-lo...
Não dá nem para guardar o excesso para depois...

Esta é a beleza e o valor dos momentos e da vida.
Nada se repete e nada dá para guardar, senão o sentimento que despertado.
Lembranças são subjetivas, foram feitas para dar o tom, sem explicar demais.

As imagens, os sons e até o gosto, são passíveis de serem guardados com fidelidade, mas o perfume não, porque é volátil, livre.
Ele marca, mas não lhe pertence.

Há que se viver intensamente cada fase, cada degrau e também cada cheiro.
Com paixão, com entrega, com alegria.

Que fique o momento, que vá a saudade...
O cheiro une, liga e reconhece o verdadeiro amor.

Kau e Gaia, deixem-me cheirá-los para sempre....

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Mãezona Grata

Modestia a parte, eu me acho uma mãezona.

Curto muito ser mãe. Foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido.

Eu curto a barriga, conversar com o bebê, vestir roupas de bujãozinho, a cordialidade com que tratam as grávidas, o cuidado que a família tem com a gente neste período... E depois parir aquela pessoinha tão ínitima que eu sequer conhecia o rsto, ver aquele corpo perfeito funcionando, os traços do homem amado florescendo naquele rosto infantil, alimentar o filho através do próprio seio - afrouxando devagar o laço -, ver o sorriso, os movimentos, o primeiro passo, a diversão, a brincadeira cada vez mais sofisticada, frases mais complexas e traços de uma personalidade forte surgindo e se firmando.

Fora as coisas que ainda não vivi, porque meus filhos ainda são criança.

Quero ter, pelo menos, mais dois filhos. Quero colocar gente diferente neste mundo. Pessoas compromissadas, responsáveis, dignas e incondicionalmente boas.

Sou mais que orgulhosa por ter o dom de ser mãe. E não é ser simplesmente mãe. Me sinto honrada com esta missão e por saber que posso desempenhá-la tão bem.

Sou uma mãe disciplinada, informada e amiga. O "não" tem sempre uma boa explicação. E o "sim" também. Sempre fiz o melhor que pude, mas nem sempre o melhor é unânime.

Me recuso a enchê-los de mimos, sabendo que isto não dará os limites sagrados que precisarão ter. Não, eles não tem de tudo. Eles só têm o principal: amor, companhia e instrumentos para se desenvolver.

Minha filha não anda como uma árvore de natal, evidenciando as curvas que ela ainda nem tem. Usa roupas de bebê, confortáveis e dentro das nossas possibilidades financeiras.

Meu menino está na fase de querer ser como os outros, mas temos sempre uma boa lição a lhe dar sobre isso. Não liga muito pro Ben 10, ao contrário de todos os seus coleguinhas em série, porque não vê TV aberta, aliás, esta é a primeira regra para que quer criar adultos pacíficos.

Vive muito bem com seus brinquedos educativos e livros, que não faltam.
Meus filhos são agarrados comigo na medida certa. Apegados, jamais. Gostam de passear independentes, mas não abrem mão do do colinho de mãe.

Me sinto amada e respeitada por eles. E esta é uma satisfação que nada mais na vida me trouxe.
Eu gosto sim de trabalhar, mas não pensaria duas vezes em deixar tudo se tivesse a possibilidade de ficar com eles integralmente. Sei que no futuro isto poderia trazer algum arrependimento, como vejo tantas mães mais velhas reclamando. Mas eu não faria isto por eles, mas por mim mesma! Eu também ficaria mais feliz assim.

Na vida, a gente não pode deixar de fazer nossas coisas por ninguém. Isso só criará um sentimento de ingratidão no futuro, porque as pessoas não têm obrigação de viver pra gente só para retrubuir nosso sacrifício.

O que as pessoas deveriam é repensar se realmente desejam ter filhos ANTES DE TÊ-LOS. Se estes não forem prioridade, talvez seja melhor tomar outro rumo, ao invés de somente cumprir um papel social.

O que quero dizer é que todo meu amor por eles não me traz nenhum sacrifício. Muitas mães se orgulham em se deixar de lado pelos filhos. Geralmente quem muito fala, força, quer se exaltar ou quer algo em troca. Carruagens cheias não fazem barulho.

Sou apaixonada pelos meus bebezões, faria qualquer coisa por eles, trocaria minha vida pela deles facilmente, mas não preciso fazer isso. Posso ser bonita, inteligente e viver minhas próprias experiências. Enquanto estão pequenos, vivemos a maior parte delas juntos, mas compreendo perfeitamente que não poderei eternamente participar das experiências deles. Lhes dou o alicerce para que logo possam voar com segurança e paz.

Sou mãe, mas também sou eu. Eu já era eu antes deles!

Sou-lhes muito grata por ter crescido tanto como ser humano, por ser tão completa e feliz. Quero lhes dar muito mais, mas sempre com prazer. Por terem medado e me feito sentir o amor irrestrito, infinito e incondicional.

O fato é que sou muito mais feliz do que poderia imaginar.
Isso me faz cada vez mais grata e cada vez mais querendo retribuir com gosto todo o bem que o universo me fez.